Friday, January 31, 2014

O Vento Patagônico e a Fiaca

Nem acredito que o mês de janeiro está acabando. Estou com a sensação que daqui a pouco acaba o ano e eu não fiz nada.

Acordo todo dia com uma lista do que fazer bem modesta.
A lista de ontem, por exemplo, incluía:

1) Limpar o fogão que é branco mas estava cor-de-rosa desde que resolvemos cozinhar beterraba.

2) Varrer a casa várias vezes porque tudo fica coberto de uma poeira cinza que, segundo o José, é ainda das cinzas do vulcão Puyehue que fica a 100 km de Bariloche (no Chile) e entrou em erupção em junho de 2011! O negócio foi tão sério que o aeroporto daqui ficou fechado por 7 meses!!!

3) Ler o livro "El Tiempo entre Costuras" porque é muito pesado e não vou levá-lo comigo pra New Orleans nem a pau.

4) Terminar a segunda semana do curso "Jazz Appreciation" (da UT Austin) que estou fazendo pelo edX.

5) Ir no supermercado próximo de casa para comprar papel higiênico, uma garrafa de vinho para o jantar, e outras coisinhas.

Parece pouco para ocupar um dia inteiro, não é?

Pois acredite que eu consegui não fazer quase nada disso.
Só limpei o fogão hoje de manhã.
Varri a casa, sim. Mas isso não vale, nem devia estar mais na lista porque eu não aguento ver todo esse pó!
Não li nada do meu livro pesado até a hora de me deitar quando já estava cansada demais porque fazer nada cansa. Li umas 3 páginas e fui dormir  e ainda passei metade da noite sonhando com a guerra civil espanhola.
Até que quase terminei a segunda semana do meu curso de jazz. Yay!!
Mas, como estava chovendo e ventando, eu não fui no supermercado. O coitado do José, meu herói, saiu as 9 da noite pra fazer essas comprinhas. Isso podia esperar até hoje, mas ele queria o vinho para acompanhar o jantar.

Conclusão?

Vou culpar o vento patagônico por não ter feito minha única atividade fora de casa. A chuva nem me incomoda porque agora tenho uma super capa de chuva azul escuro de bolinhas brancas! Mas eu não aguento esse vento, aliás, nenhum vento, patagônico ou não! Só que o patagônico ainda vem com as cinzas vulcânicas chilenas pra completar. Recomendo nunca abrir os olhos pra quem usa lentes de contato (como eu)!

Já as minha atividades dentro de casa... é pura "fiaca" mesmo. Fiaca, segundo o glosario de argentinismos, significa preguiça, vontade de fazer nada. Vem do italiano "fiacca", ou seja, é parente do "dolce far niente"!
Devo dizer que minha fiaca é até produtiva porque ontem eu e o José assistimos dois capítulos de Treme (season 4) e eu li muitos artigos do Guardian, The New Yorker, NPR, blogs os mais variados, nada a ver com nada. Também procurei uma poltrona colorida em várias lojas virtuais.
E a janela do nosso quarto é grande e ótima para ficar olhando as montanhas, as folhas das árvores movidas pelo vento, as nuvens passando, a chuva caindo... perfeita para fiaca!

Hoje eu NÃO inclui escrever no blog na minha lista e já estou terminando essa "tarefa". Talvez esse seja o segredo. Eu me rebelo contra a minha própria "to-do list". ;)


Tuesday, January 28, 2014

Vendo Bariloche do Cerro Otto

Lago Nahuel Huapi visto do Cerro Otto

José, o lago  e a cidade de Bariloche vista do Cerro Otto

Casa/Museo Otto Meiling

Berghof: coincidência? 

Lago Nahuel Huapi e Bariloche

Descida para a cidade

O Cerro Otto é uma colina que fica aqui dentro da cidade e resolvemos subir por uma trilha até a antiga casa de um dos fundadores do Club Andino Bariloche, Otto Meiling. Hoje a casa dele é um museu e está super bem conservada. Incrível é que em 2011 houve um incêndio que destruiu completamente o refúgio Berghof, ao lado do museu, mas, por sorte, a casa ficou intacta!

Levamos cerca de uma hora e meia pra chegar lá em cima pela trilha. Talvez tivesse sido mais rápido se eu estivesse usando umas botas mais adequadas. A vista é lindíssima e o dia estava perfeito.

Na volta decidi que seria melhor para minhas botas descer pela estrada para carros. Também levamos uma hora e meia na descida porque a estrada dá muitas voltas. Para compensar você tem uma vista fantástica o caminho inteiro.

***

Sobre Otto Meiling: Nasceu em 1902 na Alemanha (Baviera) e veio para Bariloche em 1930. Em 1931 o Club Andino Bariloche foi fundado por ele e uns amigos. Alguns anos depois eles construiram o Refugio Berghof que chegou a incluir hotel e restaurante. O complexo tinha como objetivo promover atividades como esqui, escalada e caminhada. Ele viveu numa casa (hoje museu) no Cerro Otto por 50 anos e morreu em 1989. É considerado um pioneiro do montanhismo da região.

PS: O nome da colina não é em homenagem a Otto Meiling, mas Otto Goedecke, outro pioneiro sobre o qual nada sei!



Thursday, January 16, 2014

Feliz Ano Novo, de Bariloche!






Fotos da Playa Bonita, em San Carlos de Bariloche, Argentina.

A praia (no lago Nahuel Huapi) fica pertinho da minha casa.
Quando está quente a praia fica cheiona, um monte de gente de biquini, tomando mate, e até há quem entre na água!
Eu vou só dizer que morri de calor porque não tem sombra nenhuma e eu mal coloquei o pé nesse lago gelado e saí correndo. Tem gosto pra tudo, né? Mas pra quem é de Fortaleza isso lá é praia?
O visual é incrível mas acho que fica mais lindo num dia menos quente. Tentarei outra vez.
Ah, e essas pedras... Uma tortura para os pés, bundas, costas, seja lá que parte do seu corpo você decidir encostar nelas.

Mas não estou reclamando... muito. Tem muita coisa boa por aqui. Vou apreciar a praia mais de longe, por enquanto, e vou continuar provando todos os chocolates da cidade.

Feliz 2014!!