Thursday, November 14, 2013

Mudança temporária

Minha casa está ficando de pernas pro ar. Estou limpando da geladeira a inbox de emails, me preparando para passar pouco mais de 3 meses fora de casa, viajando entre o Brasil e a Argentina.
Além disso, estou tentando fazer as malas, naquele processo terrível de resolver o que vai comigo e o que fica.

O meu problema principal é como levar todas as roupas, coisinhas, presentes que eu quero em UMA mala pra despachar, uma malinha de mão e uma bolsona enorme. Porque eu vou viajar dentro do Brasil e da Argentina, e o limite de peso é 23kg, estou basicamente ferrada. 

A primeira coisa que eu fiz foi aceitar o fato de que não posso levar nem um livrinho de papel! Investi em alguns ebooks (além dos 4 que já estou lendo simultaneamente) e me acalmei um pouco. 
A segunda, foi convencer meu argentino a levar umas roupas minhas diretamente pra Buenos Aires, já que ele vai ter limite de peso o dobro que o meu. Só que o coitado está indo morar em Bariloche, então já tem um montão de coisa dele mesmo pra levar. Por isso estamos tendo que negociar, mas algumas roupas minhas vão com ele sim!!!
A terceira, foi parar de comprar presentes. Pra quem já tinha comprado vou levar e o resto da galera dançou. Em último caso posso comprar uns presentinhos brasileiros mesmo. 

Aí eu vou viajar naquele esquema de chegar no maior calor de São Paulo usando bota já que tenho que ir usando o sapato maior e mais pesado de todos. Isso porque, apesar de estar indo a Bariloche no auge do verão, ainda fica frio por lá. 
Também vou usando várias camadas de roupa, inclusive um casaco, pra não ocupar espaço naquela única mala. 

Sabe aquelas pessoas que viajam leves, quase sem bagagem, flutuando pelos aeroportos sem bagagem de mão nem nada, sem nenhuma preocupação na vida? Não sou eu!!! 
Eu vou arrastando uma mala de mão pesadíssima com um macbook, dois iPads (não são meus!), dois kindles (esses são!), e tudo o que eu conseguir enfiar dentro pra diminuir o risco de ter que pagar excesso de bagagem, uma bolsa maior que eu com mais um monte de tralha, além do casaco, o travesseiro pra pescoço, e algo mais que der pra eu pendurar em mim mesma. Já estou cansada só em pensar. Nem um pouco de elegância. Mas, afinal de contas, se vê muito pouco glamour em aeroportos hoje em dia. Eu devo passar despercebida. 

Tuesday, November 12, 2013

Freelancer

Passei os últimos dois meses tentando não sair correndo desesperada do lugar onde eu trabalhava. Consegui (um dia de cada vez) ficar por lá até o dia 24 de outubro. Tinha tudo planejado, contando cada centavo que eu preciso pra ser "freelancer" por uns meses e ainda poder pagar todas as contas.
A verdade é que, entre o dia em que entreguei a segunda carta de renúncia (a primeira não foi aceita pela minha supervisora - long story!) e  meu último dia, eu tive umas 4 ocasiões em que eu pensei "f@%# this place, I'm going to quit!". Aí eu parava pra respirar e lembrava que eu já tinha pedido demissão, só precisava aguentar mais umas semanas. Woohoo!

Nos últimos dias todo mundo fica mais legal com você, tudo parece um pouco mais suportável, mas o universo me ajudou muito a não ficar triste por estar saindo desse emprego. Porque até meu último momento eu tive razão pra querer ir embora. Mas não vou entrar em detalhes de jeito nenhum.
Tem gente legal que trabalha lá e vou sentir falta da companhia de algumas delas. O problema é que no dia a dia mesmo, lá dentro, na loucura que é trabalhar num lugar com stress (desnecessário) constante, não dá nem pra curtir as coisas boas.

E quero deixar claro que eu ADORO o trabalho que fazia lá. Nada melhor do que saber que alguém precisa de acesso a tratamento médico, a transporte, habitação, a medicamentos. e você (na maioria dos casos) pode ajudar. É um trabalho muito gratificante. Às vezes os clientes queriam mesmo só se queixar da vida. Nada de falar com terapeuta (o que eu não sou!), só queriam conversar com alguém, e eu estava lá pra isso. Ser paga pra ajudar os outros? Maravilha!! Mas vou ter que encontrar outra forma de fazer isso.

Eu e uma amiga passamos a nos referir ao meu último dia do trabalho como o dia em que ia sair da prisão. Comecei a oferecer coisas do escritório pra quem quisesse, para os que ficaram pra trás porque ainda não cumpriram a pena. hehehe De vez em quando alguém vinha me visitar na minha cela e assim eu fui dando o abajur, a cadeira mais legal, a estante, os chocolates, o creme para mãos e álcool gel.
Até a minha bandeira do Brasil ficou com o recepcionista!! Eu sabia que não ia mais precisar dessas quando estivesse livre. ;)

Na foto abaixo você pode ver (parte do) meu escritório do qual não tenho saudade especialmente porque não tinha janela!!! Por isso eu me referia carinhosamente ao meu local de trabalho como "mina de carvão"!


"Working in the coal mine, going down, down, down..." no more!