Wednesday, November 10, 2010

Reflexões de Outono

Minha impressão é que todo mundo ao meu redor anda meio anti-social, com resfriado, com "outra coisa pra fazer", cansado, planejando a viagem do fim de ano (no caso dos meus amigos mais próximos, é a viagem pro Brasil). Mas, no fundo, é tudo desculpa e eu acho que é mesmo a leve depressão que surge nessa época do ano.
Começou a esfriar, já tem árvores peladinhas por todo lado, e domingo acabou o horário de verão, todo mundo quer mais é ficar em casa e não ver a cara de mais ninguém. Ou sou só eu????
Hoje, quando eu estava dirigindo pra casa às 5:15 já estava escurecendo... Triste.

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Pra mim essa mudança de tempo significa o início da temporada de filmes (a maioria não muito bom) devidamente assistidos do meu sofá. No sábado à noite eu vi boa parte de "Dirty Dancing" que (pasmem!) eu nunca tinha assistido na vida. Finalmente eu entendi aquela frase célebre do final do filme: "Nobody puts baby in a corner". Toda vida que ouvia isso me dava uma agonia e eu achava que estava faltando o pronome possessivo "my" ou algo assim. Mas não é que Baby é como todo mundo chama a criatura (que eu nem sei se tem um nome de verdade)?? Sinto-me muito mais culta agora.

Mas eu não vi só porcaria nesse fim de semana. No sábado finalmente assisti "Inglorious Basterds" e ADOREI!!! Tirando o fato de que me deu pesadelos, o que sempre ocorre quando vejo filme relacionado a II Guerra, achei o filme genial! E, meus deuses, o que é aquele Michael Fassbender?? Devia ser proibido!!! Ele até fez alemão (a língua) soar sexy. Eu tinha coragem.
Quero ver o filme de novo (não só por causa do Michael) mas não sei porque devolvi o DVD.

Domingo a gente viu "The End of Poverty?", um documentário que me deixou revoltadíssima e achando que eu não ia comer nunca mais na vida porque tem gente demais passando fome no mundo. Por sorte, logo depois achamos "Kung Fu Panda" passando na TV e resolvi ver de novo. E nos primeiros minutos do filme, enquanto o Po servia macarrão, meu apetite voltou ao normal, me deu a maior vontade de comer comida chinesa. Tive até que ir almoçar no dia seguinte no "Fei's Café" pra matar a vontade.
Mas voltando a "The End of Poverty?", eu recomendo demais. Não sei o título em português, mas vi que foi exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2008. O outro documentário que vi há alguns dias foi "South of the Border" do Oliver Stone. Mais um que me deixou super revoltada, mas muito mais otimista que "The End of Poverty?".

Eu assisto esses filmes e fico com vontade de mudar o mundo, de lutar contra injustiças e ajudar os menos favorecidos, fico achando que tenho que fazer alguma coisa!!! Aí, graças a deus, eu lembro do trabalho que faço e fico satisfeita com as escolhas que fiz na vida. Porque mesmo que numa escala pequena, lá onde eu trabalho, a gente ajuda a mudar um pouquinho o mundo, nem que seja melhorando a vida de apenas 130 famílias por ano. Mas tem tantos mais... E não pensem que não existe muita injustiça e pobreza aqui nos Estados Unidos! As falhas do sistema estão cada vez mais óbvias. Por aqui, a classe média está sendo esmagada, o poder aquisitivo despencando e o desemprego aumentando. E, enquanto isso, o povo elegeu maioria republicana nas últimas eleições para o Congresso americano. Não que faça muuuuita diferença, mas é pior. Vá entender!!!

E continua esfriando por aqui. Hoje eu não saio de casa nem em caso de incêndio, então vou já assistir "Sicko" pra alimentar minha revolta. Hehehe
Esse eu já vi algumas vezes mas um amigo meu aqui nunca viu, então esse será mais um capítulo na série educativa sobre os Estados Unidos. Pra quem não sabe, "Sicko" é sobre a falta de um sistema de saúde pública nos Estados Unidos. O Michael Moore compara o "sistema" daqui com o de uns países europeus, Canadá e Cuba. E ainda mostra o que aconteceu com alguns americanos que ficaram doentes e precisaram pagar por tratamento e medicamento. Recomendo principalmente para os deslumbrados com a "terra da oportunidade".

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Mas deixa eu parar de cuspir no prato em que estou comendo, né? Eu ainda moro aqui porque acho que aqui tem muita oportunidade de crescimento, sim. Principalmente pra quem, como eu, não tem a menor vocação pra fazer concurso público e fazer a mesma coisa no mesmo lugar a vida inteira! Aqui as pessoas podem se re-inventar e fazer coisas novas o tempo inteiro e é super normal. Você não parece ser um irresponsável, com déficit de atenção, que não sabe o que quer da vida, porque muda de profissão a cada 5 anos!!! Não que eu faça isso!!! :P
Mas aqui não existe muita oportunidade de estabilidade de trabalho, então você tem que ser criativo e estar preparado pra o que der e vier. Ou seja, na minha humilde opinião, não é pra qualquer um!!

E também não acho que o bom daqui é a facilidade de comprar porcaria descartável, mas, por exemplo, tenho mais acesso a bens culturais. Só que quase nada é de graça, o que significa que nem todo mundo tem o privilégio de ver um show de música ao vivo ou ir ao teatro. Por eu ter um salário meio decente, e não ter uma família pra sustentar, eu posso pagar por esse luxos. Mas a grande instituição "socialista" americana, a biblioteca pública, salva os que não têm dinheiro pra comprar livros e filmes. Ah, e viva o "dollar theater", que não custa mais só um dólar mas ainda é cinema muito mais barato que o normal!!

Mas falando em cinema, meu filme me espera!!!



6 comments:

  1. AAAAAAAAH... então foi por conta do Outuno que você ignorou meu convite de ir de trem para Santa Fe no último Sábado? ;)

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  2. Ih, eu sabia que tinha alguma coisa pra fazer no sábado!!! Mas não fiz! :D Sorry!

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  3. hahaha eu tou numa crise antissocial enorme por aqui. passo o dia lendo e escrevendo. eu não posso culpar o clima, though, porque chuva não basta. mas tava procurando uma boa desculpa pra me entregar a ela e acho que vou usar sua influência pra me justificar. "minha dinda praticamente me obrigou a ficar vendo filme em casa, gente, não posso sair!"

    bons filmes!!

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  4. Natália, é porque você acabou de vir do hemisfério norte e foi afetada pelos ares outonais... Mas também pode dizer que fui que mandei e você sempre me obedece!!!!

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  5. vou dizer que são os ares europeus. vou dizer com sotaque francês. meus amigos vão passar a me isolar pela babaquice tremenda e, sem amigos, eu não vou mais precisar de nenhuma desculpa. parece um plano perfeito.

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  6. I like the way you think, girl! I might do something similar... Go for it!

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