Hoje eu vi duas pessoas que conheço, que moram em Albuquerque e estão de férias fora do país, postarem no facebook que estão com saudade de lá. Uma delas até descreveu a poeira e outras qualidades desérticas! Pois me deu arrepios só de pensar. Juro que não consigo entender como alguém sente falta de poeira. Acho que dá até pra se acostumar, mas mais que isso... E eu, claro, passei a amar Albuquerque e seus arredores mas, acreditem, não foi com as tempestades de areia que o Novo México me conquistou.
Apesar de já ter me apaixonado pelo meu novo lar em tempo recorde, ainda estou em fase de adaptação e, ás vezes, sinto falta da antiga facilidade. A vida já estava tão organizada por lá. Enfim, foram 10 anos construindo uma rede de apoio e reconhecendo os lugares que me interessavam e me faziam sentir em casa. Mas, cada vez que, depois de uma viagem pra longe, eu via o deserto da janela do avião, tinha vontade de não aterrissar. Não era minha casa permanente.
Entendam, não estou cuspindo no prato em que comi e, enquanto vivi no Novo México, eu curti muito o lugar e as pessoas que encontrei. Não passei 10 anos reclamando de tudo e me queixando da vida. Ao contrário, me abri pra aprender o máximo possível sobre a história e a cultura e conheci lugares e pessoas maravilhosos, inesquecíveis.
O que vou confessar é que não estou com saudade. Sinto, claro, muita falta dos amigos queridos. Muitas vezes vou em algum lugar e lembro de alguém que curtiria estar ali, que eu gostaria que estivesse aqui comigo... Mas essa realidade já é minha há muito tempo. Com tantos amigos e a família espalhados pelo mundo, minha vida é sempre assim. A lista de quem está longe só ficou mais longa.
Ontem eu passei o dia em casa, enquanto chovia torrencialmente lá fora. O dia inteiro mesmo!!! Foi fantástico! Escrevi no facebook que estava amando a chuva e algumas pessoas de Albuquerque escrevaram que precisam tanto de chuva lá e nada. Me deu uma tristeza, lembrei da falta de umidade que pra mim era opressiva, aí fui lá fora olhar a chuva e me deu um alívio tão grande de estar aqui... feliz da vida!!
O Novo México eu vou sempre trazer no meu coração, mas, cada vez mais eu percebo o quanto eu tinha que deixar o deserto pra trás, pois minha vida estava precisando de chuva, muito chuva!
Belo Texto Anita Mafalda Frog-Vargas. :D
ReplyDeleteA chuva.. é interessante como algumas pessoas gostam e outras não. Eu não gosto que caiam pingos de chuva em mim. E acho engraçado quando chove e eu não estou com alguma sombrinha na bolsa, pois levo a sombrinha pra todo lugar...Mas queria escrever sobre a chuva, porque no sábado fui assistir a um filme no cinema, depois de muitos anos... Era "Meia noite em Paris" onde o protagonista falava que achava Paris linda, principalmente quando estava chovendo e ele gostava muito de andar na chuva, mas ninguem queria andar com ele. No final do filme ele encontrou uma moça que como ele também gostava de andar na chuva.:)
ReplyDeleteHahaha Frog??? Obrigada, Juno!:D
ReplyDeleteCarla, eu vi esse filme na semana passada e adorei!!! Algumas cidades, como Paris, ficam lindas quando chovem... outras ficam só alagadas mesmo!!! hehehe Aqui partes da cidade alagam facilmente porque, entre outras coisas, estamos abaixo do nível do mar. Eu moro na parte alta, então até que por aqui não tem problema. Eu ando na chuva mas com guarda-chuva!!! Por falar nisso, tá chovendo pra caramba em Fortaleza, né?
Sim. Tem chovido muito!:)
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