Quando eu sai do Albuquerque Museum ontem eu pensei em ir na Old Town Plaza, comprar um sanduiche na Romero Street Ice Cream & Grill, sentar num banco perto do coreto, olhar turistas passando e comer tranquilamente...
Na realidade encontrei a maior festona. Uma banda tocando musica mexicana, alem de salsa e cumbia. Uma garota perto de mim disse que era o Gonzalo cantando, mas nao descobri o nome da banda. Mais tarde o proprio Gonzalo, que deve ter uns 18 anos e ser do grupo de jovens da igreja, chamou a Rainha da festa Mariah Padilla pra subir no palco (coreto). La vem ela com um vestido daqueles de "Quinceanera"!!! :)
Nao pensem que eu estou dizendo que a banda nao era boa, muito pelo contrario, eles eram muito bons e virei fan do Gonzalo!!! Hahaha!
E o publico era animadissimo. Tinha gente dancando o tempo inteiro.
O melhor da festa era que nao era pra turista. As pessoas que estava la eram verdadeiros albuquerquianos. Quase todo mundo obviamente de origem hispanica, o que da pra ver pelas roupas e maquiagem, pelo sotaque, pelo gosto musical, e principalmente pelo fato de estarem la em familia, varias geracoes juntas. Acho que nao vi quase nenhum americano anglo na plaza. Eh raro ver uma festa assim genuinamente novo-mexicana. So vi coisa assim no Pavilhao Hispanico da Feira Estadual. Era o mesmo publico.
Como nao tinha onde sentar na plaza, fui comer la mesmo na minha lanchonete preferida, onde tudo eh feito na hora e o atendimento eh perfeito. La dentro estava vazio (foto no proximo post). Algumas pessoas vinham comprar sorvete mas voltavam pra plaza.
Quando finalmente cansei e fui andando pro estacionamento, encontrei uns turistas. Num restaurante caro, ao lado da Plaza, tinha um monte de gente sentada nas mesas numa varanda num nivel elevado, alguns tomando cerveja, assistindo a festa de longe. Achei interessante. Era como se eles tivessem num camarote vendo o espetaculo se desenrolar na plaza, mas nao participavam de forma alguma.
Nao consegui me imaginar no lugar deles. Apesar de as vezes me sentir como turista por aqui, tao longe de fazer parte da comunidade local formada pelas culturas hispanica e "indigena", ambas tao centradas no vinculo familiar e, de certa forma, quase impenetravel.
Acho que eu faco mesmo parte do grupo dos transplantados, como muitos americanos vindos de outros estados, ou outros estrangeiros. Nem turista, nem "local".
Da uma sensacao de instabilidade. Por mais que se tente as raizes nao conseguem penetrar no solo. Mas, apesar disso, a gente vai ficando, como se estivesse preso. Dizem que porque temos licoes a aprender que so o deserto pode ensinar...
No comments:
Post a Comment