Espero que eu possa em breve me ajustar a nova rotina de trabalho e encontrar tempo pra tudo o que fazia antes, inclusive escrever aqui no blog.
Mas, enquanto isso não ocorre, vou tentar escrever posts curtinhos só pra não parecer abandono total. Hoje vim só desejar um ano novo maravilhoso a todos!
2011 foi um ano muito intenso. Ano de grandes mudanças e muito aprendizado. Não só pra mim, mas, aparentemente, pro mundo todo!! Inc´rivel, não?
Pra mim foi um ano de muitas bençãos e eu não posso reclamar!!
Que em 2012 a gente continue no mesmo ritmo de mudança e crescimento!
Tenho tanta coisa pra descobrir e aprender aqui na minha cidade nova que mal posso esperar pelas novas aventuras.
Saturday, December 31, 2011
Tuesday, November 1, 2011
Re-elegeram o governador e esqueceram de me avisar!!!
No dia 22 de outubro houve eleição aqui em Louisiana. Como estou registrada para votar na Orleans Parish (tradução literal é "Paróquia" de Orleans), a divisão política do estado que inclui a cidade de New Orleans, comecei a receber propaganda dos candidatos pelo correio.
Aqui se vota pra tudo desde sheriff até os juizes. Eu recebi e li muuuuita propaganda. Todo dia a caixa de correio estava cheia e eu olhava tudo antes de jogar no cesto para papéis a serem reciclados. Além disso, cheguei a ver algumas vezes as propagandas (a maioria negativa) na TV.
Depois de muito pensar cheguei a conclusão que provavelmente não fazia sentido eu votar porque a eleição era pra esses cargos locais, super específicos, e eu sinceramente não conheço os candidatos nem o que se espera deles depois de eleitos!!
Pra completar a eleição foi num sábado em que eu tinha uma viagem marcada com o grupo da minha aula de Guia de Turismo. Não podia perder um tour por três "plantations" (as antigas plantações às margens do rio Mississippi) onde eu ia aprender sobre a história da escravidão e da origem da riqueza das famílias afluentes de Louisiana.
Não que eu não achasse que a eleição foi importante, mas não achava que meu voto ia contar muito.
No dia seguinte, eu ligo o rádio (via iTunes) pra ouvir o noticiário da National Public Radio (rádio pública) e para minha enorme surpresa fico sabendo que o governador de Louisiana Bobby Jindal tinha sido re-eleito no primeiro turno!
??????????
Peraí, como assim o governador republicano foi re-eleito??? Teve eleição pra governador do estado? Pois não é que teve? E eu NÃO votei!!!
O mais incrível é que até no dia da eleição eu vi milhares de cartazes por todo lado, gente fazendo campanha em cada esquina, os nomes de todos os candidatos a juizes, presidente de conselho de educação, sheriffs, etc, mas NADA com nome de nenhum candidato a governador. Juro!!! Eu li tudo o que recebi pelo correio e até conversei com algumas pessoas sobre as eleições. Em nenhum momento alguém mencionou o fato de que havia eleição pra governador.
Como é que pode uma campanha pra governador sem propaganda nenhuma?
Ainda não entendi, mas foi assim mesmo.
E foi assim que Bobby Jindal, cujos pais imigraram da Índia só 5 meses antes de ele nascer, e que é contra anistia pros trabalhadores imigrantes sem documentação, foi re-eleito governador de Louisiana com quase 66% dos votos.
Aqui em Louisiana as eleições para cargos executivos são diferentes da maioria dos outros estados americanos então pode haver vários candidatos do mesmo partido concorrendo no primeiro turno. E eu descobri que havia 4 candidatos do partido democrata e 4 independentes. A candidata com o segundo maior número de votos (Tara Hollis, Democrata) obteve 17%. Não lembro de ter visto o nome dela em lugar nenhum até ver o resultado das eleições!!
Vocês não imaginam o tamanho da minha tristeza em saber que não dei um votinho a mais contra esse republicano! Mas tudo bem. Parece que pouca gente acreditava nos outros candidatos e eu nem tive tempo de tentar descobrir em quem poderia votar.
A lição que aprendi é que preciso parar de ler tudo sobre a história de New Orleans e não prestar atenção no que está acontecendo AGORA!!!
Além disso, a minha mania de assistir diariamente noticiários japonês, alemão, francês, inglês, russo e da Aljazeera em inglês, não ajuda. Fico um pouco saturada e nunca sobra vontade de ver noticiário local.
Mas prometi a mim mesma que daqui pra frente eu me manterei bem informada não só sobre os shows, peças, livros, restaurantes, e outras coisas maravilhosas que temos por aqui. E nas próximas eleições eu vou conhecer os candidatos, fazer campanha, votar, tudo o que tenho direito!
Aqui se vota pra tudo desde sheriff até os juizes. Eu recebi e li muuuuita propaganda. Todo dia a caixa de correio estava cheia e eu olhava tudo antes de jogar no cesto para papéis a serem reciclados. Além disso, cheguei a ver algumas vezes as propagandas (a maioria negativa) na TV.
Depois de muito pensar cheguei a conclusão que provavelmente não fazia sentido eu votar porque a eleição era pra esses cargos locais, super específicos, e eu sinceramente não conheço os candidatos nem o que se espera deles depois de eleitos!!
Pra completar a eleição foi num sábado em que eu tinha uma viagem marcada com o grupo da minha aula de Guia de Turismo. Não podia perder um tour por três "plantations" (as antigas plantações às margens do rio Mississippi) onde eu ia aprender sobre a história da escravidão e da origem da riqueza das famílias afluentes de Louisiana.
Não que eu não achasse que a eleição foi importante, mas não achava que meu voto ia contar muito.
No dia seguinte, eu ligo o rádio (via iTunes) pra ouvir o noticiário da National Public Radio (rádio pública) e para minha enorme surpresa fico sabendo que o governador de Louisiana Bobby Jindal tinha sido re-eleito no primeiro turno!
??????????
Peraí, como assim o governador republicano foi re-eleito??? Teve eleição pra governador do estado? Pois não é que teve? E eu NÃO votei!!!
O mais incrível é que até no dia da eleição eu vi milhares de cartazes por todo lado, gente fazendo campanha em cada esquina, os nomes de todos os candidatos a juizes, presidente de conselho de educação, sheriffs, etc, mas NADA com nome de nenhum candidato a governador. Juro!!! Eu li tudo o que recebi pelo correio e até conversei com algumas pessoas sobre as eleições. Em nenhum momento alguém mencionou o fato de que havia eleição pra governador.
Como é que pode uma campanha pra governador sem propaganda nenhuma?
Ainda não entendi, mas foi assim mesmo.
E foi assim que Bobby Jindal, cujos pais imigraram da Índia só 5 meses antes de ele nascer, e que é contra anistia pros trabalhadores imigrantes sem documentação, foi re-eleito governador de Louisiana com quase 66% dos votos.
Aqui em Louisiana as eleições para cargos executivos são diferentes da maioria dos outros estados americanos então pode haver vários candidatos do mesmo partido concorrendo no primeiro turno. E eu descobri que havia 4 candidatos do partido democrata e 4 independentes. A candidata com o segundo maior número de votos (Tara Hollis, Democrata) obteve 17%. Não lembro de ter visto o nome dela em lugar nenhum até ver o resultado das eleições!!
Vocês não imaginam o tamanho da minha tristeza em saber que não dei um votinho a mais contra esse republicano! Mas tudo bem. Parece que pouca gente acreditava nos outros candidatos e eu nem tive tempo de tentar descobrir em quem poderia votar.
A lição que aprendi é que preciso parar de ler tudo sobre a história de New Orleans e não prestar atenção no que está acontecendo AGORA!!!
Além disso, a minha mania de assistir diariamente noticiários japonês, alemão, francês, inglês, russo e da Aljazeera em inglês, não ajuda. Fico um pouco saturada e nunca sobra vontade de ver noticiário local.
Mas prometi a mim mesma que daqui pra frente eu me manterei bem informada não só sobre os shows, peças, livros, restaurantes, e outras coisas maravilhosas que temos por aqui. E nas próximas eleições eu vou conhecer os candidatos, fazer campanha, votar, tudo o que tenho direito!
Thursday, October 13, 2011
À minha Nova Carreira!!
Ando super ocupada com um novo projeto. Estou tendo aulas, lendo livros, assistindo documentários e passeando pela cidade, tudo isso em preparação para me tornar GUIA DE TURISMO!!! É um processo em andamento. No final de novembro tenho que fazer um exame e em dezembro posso dar entrada no pedido de minha licença, sem a qual não posso (oficialmente) trabalhar como guia nessa cidade.
Confesso que, de início, achei meio cara de pau minha querer ser guia numa cidade nova pra mim, mas com tudo o que eu tenho lido e explorado acho que dá pra eu fazer um bom trabalho, sim! E depois de ouvir um dos meus colegas de curso perguntar ao professor onde fica o Café du Monde (lugar mais óbvio impossível!), me sinto uma expert!!!
Acho que o mais importante é que eu adoro essa cidade, estou interessadíssima na historia, na arquitetura, na comida, na música, no povo, na cultura em geral, e não me canso de ler, de ouvir, de observar, de caminhar pelas ruas, enfim. Pra você fazer um bom "show" para os seus clientes (turistas), você deve, antes de tudo, ter paixão pelo assunto. E, isso, meus amigos, não me falta!
Sei que pra quem vem de um país onde a ambição de muita gente é passar em concurso público, e de uma família em que muitos já garantiram seu salário (e aposentadoria) do governo, seja ele estadual ou federal, devo parecer uma louca desvairada!! Mas a verdade é que não tem estabilidade de emprego que me atraia porque não tenho vocação pra fazer a mesma coisa pro resto da vida. Ou então ainda não encontrei nada que eu queira fazer por tanto tempo! Por isso aqui estou eu embarcando em mais uma aventura e, se tudo der certo, numa nova carreira, em breve.
Confesso que, de início, achei meio cara de pau minha querer ser guia numa cidade nova pra mim, mas com tudo o que eu tenho lido e explorado acho que dá pra eu fazer um bom trabalho, sim! E depois de ouvir um dos meus colegas de curso perguntar ao professor onde fica o Café du Monde (lugar mais óbvio impossível!), me sinto uma expert!!!
Acho que o mais importante é que eu adoro essa cidade, estou interessadíssima na historia, na arquitetura, na comida, na música, no povo, na cultura em geral, e não me canso de ler, de ouvir, de observar, de caminhar pelas ruas, enfim. Pra você fazer um bom "show" para os seus clientes (turistas), você deve, antes de tudo, ter paixão pelo assunto. E, isso, meus amigos, não me falta!
Sei que pra quem vem de um país onde a ambição de muita gente é passar em concurso público, e de uma família em que muitos já garantiram seu salário (e aposentadoria) do governo, seja ele estadual ou federal, devo parecer uma louca desvairada!! Mas a verdade é que não tem estabilidade de emprego que me atraia porque não tenho vocação pra fazer a mesma coisa pro resto da vida. Ou então ainda não encontrei nada que eu queira fazer por tanto tempo! Por isso aqui estou eu embarcando em mais uma aventura e, se tudo der certo, numa nova carreira, em breve.
Tuesday, September 6, 2011
Depois da tempestade
Voltei da temporada no Brasil direto para um gostinho especial de um dos aspectos menos agradáveis da vida aqui em New Orleans: o perigo de furacão, inundação da cidade, falta de energia, de água, etc.
A tempestade tropical Lee acabou de passar por essas bandas, o que significou que passamos a maior parte dos últimos dias (que foi um feriadão) dentro de casa!!
A progressão da tempestade aqui foi mais ou menos assim: na sexta choveu, no sábado choveu MUITO, no domingo menos, mas tinha muito vento, e ontem a temperatura baixou, o tempo estava fechado mas no fim do dia o sol saiu.
A Lee passou, fez menos estrago que o previsto e deve estar lá pelo Alabama agora. Hoje está fazendo o maior sol e os garrafões de água que compramos estão entulhando nosso pequeno apartamento.
Aqui perto de casa nada alagou, estava tudo sequinho a maior parte do tempo e quando saimos na vizinhança parecia tudo normal. Mas até ontem evitamos ir pra outras partes da cidade, onde as ruas podiam estar inundadas. Isso dá uma sensação de isolamento enorme. No domingo à tarde já não tinha mais graça.
O que achei da experiência? Um saco!! Muito chato ficar assistindo o "weather channel" esperando a tempestade passar.
Enquanto isso tinha uns 200 mil turistas na cidade se divertindo na French Quarter. Isso porque foi o fim de semana da "Southern Decadence" (Decadência Sulista), evento considerado o carnaval gay de New Orleans, que inclui, entre outras atividades, uma parada no domingo. Como não choveu muito domingo a tarde, a parada deve ter rolado normalmente. O resto da programação com certeza aconteceu sem maiores problemas em ambiente fechado mesmo. Sorte a deles que não morreram de tédio!
A tempestade tropical Lee acabou de passar por essas bandas, o que significou que passamos a maior parte dos últimos dias (que foi um feriadão) dentro de casa!!
A progressão da tempestade aqui foi mais ou menos assim: na sexta choveu, no sábado choveu MUITO, no domingo menos, mas tinha muito vento, e ontem a temperatura baixou, o tempo estava fechado mas no fim do dia o sol saiu.
A Lee passou, fez menos estrago que o previsto e deve estar lá pelo Alabama agora. Hoje está fazendo o maior sol e os garrafões de água que compramos estão entulhando nosso pequeno apartamento.
Aqui perto de casa nada alagou, estava tudo sequinho a maior parte do tempo e quando saimos na vizinhança parecia tudo normal. Mas até ontem evitamos ir pra outras partes da cidade, onde as ruas podiam estar inundadas. Isso dá uma sensação de isolamento enorme. No domingo à tarde já não tinha mais graça.
O que achei da experiência? Um saco!! Muito chato ficar assistindo o "weather channel" esperando a tempestade passar.
Enquanto isso tinha uns 200 mil turistas na cidade se divertindo na French Quarter. Isso porque foi o fim de semana da "Southern Decadence" (Decadência Sulista), evento considerado o carnaval gay de New Orleans, que inclui, entre outras atividades, uma parada no domingo. Como não choveu muito domingo a tarde, a parada deve ter rolado normalmente. O resto da programação com certeza aconteceu sem maiores problemas em ambiente fechado mesmo. Sorte a deles que não morreram de tédio!
Tuesday, August 16, 2011
Em Fortaleza
Monday, August 1, 2011
De Viagem
Estou fechando as malas. Amanhã vou pro Brasil passar exatamente quatro semanas revendo a família e amigos. Vou pegar três vôos arrastando uma bagagem maior do que eu planejava. Mas quando eu chegar no meu destino vou aproveitar!! Vou comer todos os salgadinhos e tira-gosto de boteco que eu conseguir! Vou tomar sorvete de fruta, beber água de côco, caipirinha de verdade. Vou à praia, se a chuva deixar. Vou ficar em casa, se os amigos deixarem. Vou a um encontro com ex-colegas da faculdade de comunicação já no dia que eu chegar. Vou festejar aniversários de quatro pessoas queridas. Vou curtir cada minuto dessa temporada. Vou voltar com as malas cheias de comida e outras coisinhas que só tem lá no Brasil. Por fim, vou chegar em casa e matar a saudade do meu amor!
PS: Vou escrever no blog, se der tempo.
Friday, July 29, 2011
Um bonde chamado St. Charles - minha máquina do tempo!
Esse é interior do "meu" bonde! O transporte do momento!! São nove quadras da minha casa pra parada mais próxima do streetcar (bonde) chamado St. Charles. Uma maravilha! Tá bom, a parada podia ser mais perto, mas com as 9 quadras ainda se adiciona um pouco de exercício físico necessário pra quem detesta malhar. Se eu andar duas quadras dou de cara com uma parada de ônibus, mas qual é a graça?? Sem falar que o streetcar passa a cada 5 minutos. Até de madrugada continua passando, só que a cada meia hora, mas nunca para!!!
O melhor mesmo é que por $1,25 eu sou transportada no tempo. Primeiro você vê o streetcar vindo, já pertinho, e nunca chega... Isso é porque eles se movem numa velocidade, digamos assim, não muito rápida. Não sei qual é a velocidade exata. Num website li que eles respeitam a velocidade máxima da rua, mas isso não me diz nada. Eu tenho certeza que o "meu" streetcar não chega nem perto das 35 milhas por hora permitidas na St. Charles Avenue!! Então continuo sem saber. Qualquer dia desses eu pergunto a um condutor. Mas, enfim, não é um transporte pra quem está morrendo de pressa. É pra sentar, relaxar, olhar pela janela e se deleitar com as árvores centenárias e casas lindas lá fora. Pra mim está perfeito!
Quer mais razões pra andar de streetcar? Essa é a linha de bonde em funcionamento contínuo mais antiga do mundo!!! Os bondes são os originais, velhinhos mesmo, sem ar-condicionado, bancos de madeira, uns janelões maravilhosos... e eu e meu amor passeando!
Existe algo mais romântico? (suspiros)
Tuesday, July 19, 2011
Que haja sempre chuva!
Hoje eu vi duas pessoas que conheço, que moram em Albuquerque e estão de férias fora do país, postarem no facebook que estão com saudade de lá. Uma delas até descreveu a poeira e outras qualidades desérticas! Pois me deu arrepios só de pensar. Juro que não consigo entender como alguém sente falta de poeira. Acho que dá até pra se acostumar, mas mais que isso... E eu, claro, passei a amar Albuquerque e seus arredores mas, acreditem, não foi com as tempestades de areia que o Novo México me conquistou.
Apesar de já ter me apaixonado pelo meu novo lar em tempo recorde, ainda estou em fase de adaptação e, ás vezes, sinto falta da antiga facilidade. A vida já estava tão organizada por lá. Enfim, foram 10 anos construindo uma rede de apoio e reconhecendo os lugares que me interessavam e me faziam sentir em casa. Mas, cada vez que, depois de uma viagem pra longe, eu via o deserto da janela do avião, tinha vontade de não aterrissar. Não era minha casa permanente.
Entendam, não estou cuspindo no prato em que comi e, enquanto vivi no Novo México, eu curti muito o lugar e as pessoas que encontrei. Não passei 10 anos reclamando de tudo e me queixando da vida. Ao contrário, me abri pra aprender o máximo possível sobre a história e a cultura e conheci lugares e pessoas maravilhosos, inesquecíveis.
O que vou confessar é que não estou com saudade. Sinto, claro, muita falta dos amigos queridos. Muitas vezes vou em algum lugar e lembro de alguém que curtiria estar ali, que eu gostaria que estivesse aqui comigo... Mas essa realidade já é minha há muito tempo. Com tantos amigos e a família espalhados pelo mundo, minha vida é sempre assim. A lista de quem está longe só ficou mais longa.
Ontem eu passei o dia em casa, enquanto chovia torrencialmente lá fora. O dia inteiro mesmo!!! Foi fantástico! Escrevi no facebook que estava amando a chuva e algumas pessoas de Albuquerque escrevaram que precisam tanto de chuva lá e nada. Me deu uma tristeza, lembrei da falta de umidade que pra mim era opressiva, aí fui lá fora olhar a chuva e me deu um alívio tão grande de estar aqui... feliz da vida!!
O Novo México eu vou sempre trazer no meu coração, mas, cada vez mais eu percebo o quanto eu tinha que deixar o deserto pra trás, pois minha vida estava precisando de chuva, muito chuva!
Saturday, July 16, 2011
Meu cantinho na nova casa
Está caindo a maior chuva. Não estou reclamando. Muito pelo contrário, estou adorando!!! Chove quase todo dia aqui e eu ainda não parei de ir lá fora pra ficar olhando... Depois de 10 anos no deserto, vai demorar pra eu enjoar disso.
Mas como está chovendo, depois de ir comer brunch no diner perto de casa, voltei aqui pro meu cantinho que aparece na foto. Esse é meu "escritório" que montei na entrada do apartamento, numa área que acho que o proprietário chamou de "breakfast nook". Pois virou o cantinho de leitura e de escritura!!
Pra mim, criar um espaço assim é importante pra eu poder me sentir em casa. Depois de tanta mudança, a vida toda, a gente aprende a fazer essas coisas.
É desse cantinho que vos escrevo, cara(o)s leitora(e)s.
Mas deixa eu ir que a água ferveu e vou fazer um chá... Vida dura!!
Thursday, July 14, 2011
Lar Doce Lar
Como demorei a voltar... Não foi minha intenção mas mudança de um estado pro outro não é tão fácil. Principalmente aqui nesse país onde cada estado tem leis próprias e às vezes até parece que mudamos de planeta. Meu carro, só pra dar um exemplo, teve que ser emplacado como se tivesse acabado de ser comprado. Ou seja, paguei um dinheirão em impostos pra receber os documentos e a placa nova.
Mas, enfim, há pouco mais de um mês, dia 3 de junho, entrei no meu novo apartamento, numa nova cidade. A mudança em si foi uma aventura. Depois de muito pesquisar, tentar contratar uma empresa que transportaria tudo até aqui, sem me cobrar os olhos da cara, e finalmente ficar sabendo que eles não entregariam as coisas na minha rua porque é estreita (nem é tanto assim!), resolvi alugar um caminhão e fazer o resto.
Isso mesmo!! Aluguei um caminhão e meu querido argentino disse que dirigiria de um estado ao outro, cruzando nada mais nada menos que o Texas!!! Com a ajuda de uma excelente co-piloto: eu!
E ele não só disse como fez! Além de dirigir, ajudou a colocar toda a minha tralha acumulada em 10 anos no caminhão e tirar tudo no destino final. Coitado! Um santo!!! Tudo isso meramente em troca do prazer da minha companhia!!
A vantagem (?) dessa mudança "do-it-yourself" é que fizemos uma "road trip", comendo em "truck stops" e dormindo em "motels". Tirei um monte de fotos não tão maravilhosas (porque foi tudo no celular) da passagem do deserto a terras mais verdes e mais úmidas. O problema era escolher os lugares pra estacionar porque não se podia dar marcha ré. Ah, porque esqueci de mencionar, nós estávamos rebocando um trailer com meu carrinho em cima! Divertido, né? Por isso não tive coragem de dirigir. Só o caminhão até que me arriscaria mas aquele trailer atrás me deixou nervosa.
Eu diria que a viagem em si não foi tão horrível mas não sei se faria outra mudança assim.
A grande lição que aprendi com essa viagem: tenho coisa demais!!! Joguei coisa fora, dei outras, mas ainda assim era tralha demais. Isso porque era só um apartamento de 1 quarto. Mas as caixas de livros (as mais pesadas) pareciam se reproduzir quando estavam sendo levadas pro caminhão. E quando fomos descarregá-lo aqui então... Ai,ai,ai! Tive vergonha do amigo muito educado que estava ajudando a gente. Ele comentou várias vezes que eu devo gostar muito de ler!! Não reclamou mas eu entendi o recado.
Monday, May 16, 2011
Hello!!! Dá pra respeitar a gente aqui???
O discurso na minha cerimônia de naturalização foi mais ou menos a mesma coisa que já tinha ouvido antes em duas outras cerimônias dessas que já assisti e mais uma vez me deixou um pouco decepcionada. Tinha esperança de que fosse diferente dessa vez. Não sei porque.
O advogado (procurador da República) que discursou começou por falar que se tornou cidadão americano quando nasceu, ao contrário de nós, 187 pessoas sentadas ali na frente dele, que tivemos que nos esforçar e passar o teste de inglês e cívico (que, por sinal, a maioria dos americanos não passaria se tivesse que fazer). Ele não mencionou todas as taxas que tivemos que pagar, entrevistas, impressões digitais, stress, etc, mas tudo bem, vai ver que ele pensa que é só o teste mesmo. Não duvido nada.
Em seguida, claro, ele falou que os americanos não valorizam o privilégio de terem nascido nesse país maravilhoso já com todos os direitos de cidadãos americanos. E foi aí que entrou a arrogância (mesmo que não tenha sido proposital). Nessa mesma hora eu desviei o pensamento para as coisas que ainda tenho que encaixotar na minha casa, os telefonemas que tenho que dar na segunda-feira no trabalho, o churrascão da gente diferenciada em São Paulo, a enchente do rio Mississippi...
O fato é que eu não acho que é necessário diminuir os países de origem dos outros e dizer que os Estados Unidos são "number 1" numa cerimônia de naturalização. Algumas pessoas que estão ali escolheram morar nesse país mas outras, não, foram obrigadas por alguma razão a deixar seus lares. E mesmo pra quem escolheu, como eu, acho um absurdo ter que ouvir isso. Por que desrespeitar a cultura dos 50 países que estão lá representados e achar que quem se naturaliza americano o faz porque não tinha direitos nem oportunidades em seu país natal?
A cultura da competição é tão forte aqui que não passa pela cabeça do advogado que minha vida no Brasil (só pra dar um exemplo) era ótima, mas eu vim pra cá e acabei ficando por razões que não tem nada a ver com o fato de eu não ter oportunidade nenhuma antes de me ter sido dado o direito de viver "o sonho americano".
A canadense sentada do meu lado, com certeza, não virou americana para desfrutar dos incríveis benefícios do sistema de saúde pública e da licença maternidade dos Estados Unidos. Pra quem não sabe, nenhum dos dois é direito garantido por aqui, estou sendo irônica!!
Sei lá porque uma pessoa vem da Bélgica e quer se naturalizar americana! Mas tenho certeza que não é pela completa falta de direitos ou oportunidades lá. Vai ver que essa pessoa joga baseball e lá não tem time profissional!!!!
Somente no caso de quem estava sendo perseguido, correndo risco de ser morto, quem estava morrendo de fome, quem não tinha direito a voto, nem de expressar sua opinião... Nesse caso, não a dúvida que, em comparação, viver aqui é um sonho.
Pra mim, as oportunidades aqui são apenas diferentes das que eu tinha no Brasil. Aqui eu tenho um carro automático porque é até difícil achar um que não seja. Em Fortaleza eu tinha praia e a melhor comida do mundo (na minha opinião!!). Mas não escolhi ficar aqui porque um carro automático é mais importante pra mim do que comida e praia, de jeito nenhum!!!! O porque de eu estar aqui dá outro post.
A verdade é que pra muita gente o acesso mais fácil a bens de consumo é razão suficiente pra sonhar com esse país. Se alguém acha que é melhor viver aqui porque pode comprar um carro, uma TV de tela plana e um iPod, tudo bem. Mas, normalmente, você está trocando suas raízes culturais, a proximidade da família, calor humano, por essas coisas. Quem quiser faz suas escolhas. Ou não. Porque nem só de aparelhos eletrônicos vive o homem!!!
Alguns imigrantes vêm pra cá com mala, cuia, família, música, comida, toda a sua cultura junto. Porque não querem abrir mão do que tinham e querem mais oportunidades. Observe a comunidade mexicana (que é a maior) ou de outros países da América Latina aqui nos Estados Unidos e você vai entender exatamente o que eu quero dizer. Assim como muitas outras comunidades que criam suas mini-cidades dentro das cidades americanas. Daí as "Chinatowns" e "Little Italys" espalhadas por aí...
Enfim, essa noção de que todo mundo que se naturaliza americano o faz porque acha que tudo aqui é muito melhor, e que está desesperado pra deixar suas raízes pra trás, é obviamente falsa.
No meu caso, enquanto estava sentada ali no Centro de Convenções ouvindo (mais ou menos) o discurso do procurador, não tinha como eu me sentir extremamente grata pelo privilégio de me tornar cidadã americana porque fui salva de uma vida de qualidade inferior lá no Brasil!! Não!! Eu estava feliz por ter tomado essa dificílima decisão de me naturalizar, e por poder ser cidadã de dois países, cada um com seus defeitos e encantos, mas que são (um mais que o outro) "home" pra mim.
Sunday, May 15, 2011
13 de Maio
Monday, May 9, 2011
ALIEN NO MORE
Daqui a 3 dias irei a uma cerimônia no Centro de Convenções de Albuquerque e entregarei meu cartão de residente permanente (mais conhecido como "greencard", apesar de não ser verde!) em troca de um certificado de naturalização!
Ao me desfazer do meu "greencard" eu também estarei me livrando do meu A# que é simplesmente o "Alien number" ou "número de alienígena"!!!! É verdade! Depois de 10 anos morando aqui, não serei mais uma "alien" e a sensação é boa!
A razão pra eu ter tomado a dificílima decisão de me naturalizar americana foi simplesmente ter mais liberdade. Por mais que os residentes permanentes tenham muito direitos uma coisa que falta é a liberdade de, por exemplo, passar mais de 6 meses fora do país. Acho que até que faz sentido que pra você ser um "residente permanente" você tem que residir aqui no país tipo... permanentemente!!! Mas pra quem tem família e o coração em outro país é sempre bom ter a opção.
Além disso, estou com uma saudade danada de votar! Acho que porque cresci num Brasil onde não se votava lembro como se fosse hoje a primeira vez em que pude votar, em 1988, depois a grande campanha presidencial de 1989 que deu no que deu mas não é sobre isso que quero falar... Enfim, pra mim votar é SUPER IMPORTANTE e, por mais que esse sistema eleitoral bipartidário não seja lá essas coisas, eu QUERO VOTAR!!!
Nas eleições de 2008 eu fui de porta em porta fazer campanha pros meus candidatos a presidente, senador e representante (equivalente a deputado federal) mas não podia votar e só não foi mais frustrante porque mesmo sem meu voto todos foram eleitos. Mas, minto, foi frustrante, sim! Porque aqui tanta gente dá a mínima pra eleição e, como não é obrigatório e toda eleição é num dia normal de trabalho, quase a metade da população que pode votar simplesmente não o faz!
Eu sei, eu sei, o sistema é falho, a eleição presidencial nem direta é, dá o maior rolo na contagem de votos toda vida, os dois partidos são quase a mesma coisa, blá, blá, blá... mas, mesmo enquanto a gente não fizer alguma coisa pra democratizar o sistema eleitoral, votar continua sendo importante, principalmente nas eleições pro legislativo. E tenho esperança que as coisa mudem. Por isso nunca mais quero ser excluída do processo eleitoral!
Mas voltando a minha vida (quase passada) de alienígena, quer saber do que mais não terei saudade? De ter que notificar o governo todas as vezes (que foram muitas nos últimos dez anos) em que mudei de endereço, de tirarem minhas impressões digitais quando passo na imigração (apesar de passarmos na mesma fila que os cidadãos) ao entrar no país, de pensar em ter que pagar altas taxas pra renovar meu "greencard" em breve, de não poder ter certos cargos, de não poder me candidatar a vereadora, deputada, governadora, senadora, Presidenta da República... oops, presidente vou continuar sem poder ser porque tem que ser americano nato, como o Obama!!! hehehe
Só pra terminar quero deixar registrado que sou contra fronteiras, vistos, e essa babaquice toda, e acho que o mundo está cada vez mais multicultural, multilinguístico, e quanto mais as pessoas viajam, aprendem outras línguas, se mudam, migram, as nossas fronteiras vão ficar cada vez mais sem sentido. Que todos tenham muitas nacionalidades, falem muitas línguas, sejam de todo lugar!
Viva o mundo!!!!
Saturday, April 30, 2011
Só mais um mês em Albuquerque
Agora em abril eu tive que tomar muitas decisões, pedir demissão, entregar o aviso de 30 dias ao proprietário do prédio onde moro, doar um monte da minha tralha, começar a encaixotar o que quero levar comigo...
Também fui visitar minha nova cidade, conhecer o apartamento que encontrei online há quase um mês, já assinar o novo contrato de aluguel e passear pela minha futura vizinhança.
Sem falar no meu processo de naturalização que já está chegando ao fim. Na semana passada fui para entrevista com a imigração, que inclui o teste cívico e de inglês. Agora é só esperar receber a carta com a data da cerimônia. É, em breve terei cidadania americana.
Muita emoção pra um mês só, né?
Pois é, mas abril não foi nada. Amanhã começa o mês de maio e aí é que vai ser!!! Na segunda começo a treinar minha chefe que não tem a menor idéia do que eu faço porque ela está com medo de não conseguir contratar ninguém pra me substituir antes de eu ir embora!
Nesse meu último mês em Albuquerque também vou embalar tudo que quero levar, me despedir de muita gente e, finalmente, fazer a grande mudança, que incluirá uma viagem de uma 20 horas no meu carrinho. Essa parte não me anima nem um pouco, mas fazer o que?
Por isso hoje, o dia que marca o fim do emocionante mês de abril, e amanhã, que é o início do potencialmente estressante mês de maio, eu tirei pra não fazer NADA. Quer dizer, tirando o tempinho que estou usando pra escrever aqui e um texto que tenho que ler daqui a pouco, o resto está reservado para "il dolce far niente".
Então, com sua licença...
Bom fim de semana!!!
Saturday, April 9, 2011
A Minha Bagunça
Na foto vocês podem ver parte da minha sala que, na minha opinião, está uma bagunça completa. Eu estou me preparando pra uma grande mudança e, por isso, tirando coisas de todos os armários pra selecionar o que vai pro lixo, o que vai ser doado, ou o que vai comigo para o meu próximo lar.
Outra parte da bagunça, que não dá pra ver muito bem na foto, é a pilha de caixas vazias que estou colecionando. Como não tenho onde guardá-las, elas estão no canto da sala, mal escondidas por trás da minha mesinha.
Sei que para os padrões de outras pessoas (menos obsessivas, talvez?) isso não é nada, mas está me deixando louca. As caixas no chão, perto do sofá, são meu projeto pra hoje.
O mais triste de tudo isso é perceber o monte de lixo que tenho guardado em casa. Tem certas coisas que não dá pra acreditar que estavam guardadas por tanto tempo. Mas estou me livrando de muita coisa e não é pra abrir espaço pra mais lixo. NÃO!!!
Na semana passada eu esvaziei meu closet e descobri que tinha (não contem pra ninguém) 40 pares de sapatos, incluindo botas, mas não a coleção de havaianas. Isso porque faz um tempão que não compro nenhum par e dei vários pares no final do ano passado. Pois é, desde a triste constatação, eu já levei uns pares pra doar lá no trabalho, mas não diminui o absurdo. Podem me chamar de Imelda. Eu mereço!!!
Como não estou disposta a pagar mais aluguel pra poder abrigar minha tralha, vou continuar me livrando de coisas. O processo com as roupas está complicado, eu doei um mooooonte de coisa e parece que não saiu nada do closet. Fiquei um pouco decepcionada com esse resultado e dei um tempo com as roupas, voltei pros papeis.
Papel é mais divertido. Levei um monte pro trabalho e passei horas triturando extrato de banco, contas antigas, sei lá o que mais coisa inútil que tinha arquivado. Isso mesmo, tudo arquivado, em pastas separadas. Meu entulho é organizadíssimo!!!
Enfim, tenho que voltar ao trabalho porque para esse final de semana ainda tenho programado os CDs, muitos, muitos, todos já devidamente copiados pro iTunes e no meu iPod, mas eu ainda não consegui encontrar um novo lar pra eles. Quer dizer, não encontrei porque não procurei esse novo lar, porque não tive coragem. Ah, o apego...
Wednesday, March 30, 2011
Fechando com Chave de Ouro
Modéstia à parte, hoje eu arrasei.
Tivemos uma auditoria do governo federal lá no St. Martin's. Eles vieram especificamente para olhar o meu trabalho, ou seja, uma papelada horrorosa de dois programas de habitação que eu administro. A verba é de quase 1 milhão de dólares e eu sou a única pessoa no departamento.
Esse tipo de auditoria não acontece todo dia. Há muitos anos o HUD -Department of Housing and Urban Development (Ministério da Habitação dos Estados Unidos) não fazia tantas auditorias. Estão fazendo agora porque vão precisar cortar programas e, pra isso, têm que ter base pra escolher o que fica e o que é sacrificado.
A auditora chegou de mau humor, com vontade de encontrar defeito, porque, afinal de contas, é isso que ela faz! Escolheu o nome de 14 clientes (mais ou menos 10% do total) e eu tive que ir mostrando toda a documentação, olhando pasta por pasta.
Depois do primeiro cliente, ela me agradeceu por ter tudo em ordem e facilitar o trabalho dela e começou a reclamar das outras organizações que ela visitou. Coitada! Deu até pena porque o trabalho dela deve ser um saco, principalmente quando numa auditoria ela encontra tudo zoneado e tem até que penalizar a organização.
Depois de uns 8 clientes, ela disse que não precisava ver mais nada.
Ela tinha planejado um ou dois dias, calculando tempo pra gente sair desesperado procurando documentação "perdida" e outras coisas divertidas do gênero.
Minha auditoria durou 2 horas e meia!!!
A auditora que entrou bufando no meu escritório saiu me agradecendo mais uma vez e disse que eu tinha deixado ela feliz! Imagina, feliz!!! Ela disse: You made me happy! Se vocês vissem a cara com que essa mulher chegou no meu escritório, entenderiam que fazê-la feliz foi quase um milagre.
Então, sem falsa modéstia, o resumo da ópera é: eu administro dois programas sozinha e, graças a esses programas, 135 famílias que viviam por aí dormindo em carros, na rua, em abrigos noturnos, hoje têm onde morar. Legal, né?
Impressionar numa auditoria federal é importante não só pra manter a verba para ajudar essas pessoas, mas também pra poder receber mais verba e ampliar os programas no próximo ano.
Fiquei feliz especialmente porque, depois de 5 anos, vou, muito em breve, deixar esse trabalho. Pelo menos sei que estou deixando tudo em ordem.
Com esse resultado, daqui que eles resolvam fazer uma outra auditoria dessas por lá a pessoa que vai me substituir já terá aprendido o trabalho.
Estou aliviada e feliz.
******
Não me pergunte como eu fui parar nesse trabalho porque nem eu sei bem o que aconteceu. Uma coisa levou a outra e, apesar da minha formação em jornalismo, línguas e literatura, hoje tenho um cargo que une serviço direto à parte mais marginalizada da população desse país e contato constante com a burocracia do governo americano. Tem sido uma experiência interessante.
Wednesday, March 16, 2011
Velho Amigo
Hoje lembrei do urso que ficou me olhando um tempão no zoológico de Munique, numa tarde de outono em 2007.
Quando voltei dessa viagem à Alemanha eu passei meses olhando pra ele que virou papel de parede do meu laptop. Parecia que ele estava tentando me dizer alguma coisa e tomando conta de mim, numa época meio turbulenta da minha vida.
Talvez por isso hoje, no dia em que comprei mais uma passagem de avião, que vai me levar ao início de uma vida nova em outra cidade, pensei no urso o dia todo e quando cheguei em casa fui procurar a tal foto que tirei no dia em que a gente se conheceu.
Acho que ele me dá uma sensação de proteção e tranquilidade. Então resolvi mantê-lo por perto de novo. Estou precisando e aqui está ele. Apresento a vocês meu amigo urso!
Saturday, February 19, 2011
De Onde Eu Sou
Eu sou de cadernos,
de livros e revistas.
Sou das estantes cheias de livros,
e do cheiro de incenso vindo do escritório do meu pai.
Eu sou do Atlântico,
das mangueiras
que cresciam pela minha cidade.
Eu sou de passar os natais juntos
e não falar de nossos sentimentos.
De Rosenda e de Antônia.
Eu sou de ler romances,
assistir filmes e de viajar.
Eu sou de não tomar banho de chuva
e não pegar sereno.
E definitivamente de não comer fruta quente do pé.
Eu sou de fazer refeições juntos.
Eu sou de Fortaleza, sou de Portugal.
De tapioca e torta fria.
De levar no mínimo 30 minutos pra se despedir quando a gente visita parentes.
Sou do azulejo pintado com com o nome de família que a gente comprou na loja de souvenir
na viagem que fizemos juntos a Portugal
e que eu coloquei com orgulho na parede da sala de jantar.
*****
Isso é um exercício de escrita que eu fiz em inglês, mas achei interessante e resolvi fazer uma versão em português.
Tuesday, February 1, 2011
Viva a neve lá fora e eu aqui dentro!!!
Hoje não vou trabalhar porque tem um pouquinho de neve lá fora mas com promessa de piorar à tarde e à noite.
Não gosto desse frio todo, não gosto da melecada que fica depois que a neve começa a derreter, ou pior, do gelo que cobre tudo quando a neve não derrete!!! Como a temperatura está bem abaixo de zero (-9ºC, a ºultima vez que chequei) a neve não vai derreter e vamos ter gelo. E é aí que mora o perigo. Fica tudo escorregadio.
E o pessoal aqui em Albuquerque não sabe dirigir na neve. Então as ruas são uma diversão!!!
Por isso saber que não preciso ir trabalhar hoje foi uma notícia boa demais.
Vou ficar em casa tomando um chocolate quente (por sorte tenho leite em casa - nunca compro!!!) e lendo, escrevendo...
Tá bom, é mais provável que eu deite aqui no sofá e assista uns filmes. Talvez assista uns DVDs que trouxe do Brasil com o melhor da TV brasileira: Armação Ilimitada e Anos Rebeldes!
Já troquei de roupa, coloquei o pijama de novo!!! Deixa eu ir que já é 11 da manhã e preciso fazer nada...
Saturday, January 29, 2011
De repente Califórnia
Estava aqui eu, sem pensar em viajar pelo menos por um mês, quando me liga uma amiga argentina que mora em Oakland, Califórnia, me chamando pra ir pra lá passar uns 3 dias na casa dela. A razão é que a organização (WORLD) para a qual ela trabalhou por muito tempo está programando um fim de semana de planejamento estratégico e ela convenceu o pessoal a me convidar pra participar.
Pra quem não sabe eu trabalhei um tempo no New Mexico AIDS Services (2003 a 2005), aqui em Albuquerque. Meu trabalho lá era ajudando mulheres, crianças e adolescentes com HIV. Foi nessa época em que conheci essa amiga argentina. A WORLD faz uns retiros pra mulheres soropositivas duas vezes por ano. Eu levei clientes do New Mexico AIDS Services para alguns desses retiros e aproveitava pra passear por Oakland e San Francisco, e a Alejandra (a argentina) me hospedava na casa dela.
A gente passou um tempão sem se comunicar, se achou no facebook há uns meses, e agora veio o convite. Aceitei e sexta-feira que vem estarei lá. A reunião será sexta à tarde e sábado o dia inteiro. O resto do tempo será pra gente se divertir!!!
A Alejandra ser uma companhia maravilhosa, eu ficar uns dias perto da água, e a temperatura lá estar uns 10ºC acima da daqui de Albuquerque, é tudo, na verdade, só bônus!!! O melhor dessa viagem é que eu vou participar de um evento super importante pra uma organização que atua no país inteiro. E, como estou pensando seriamente em voltar a trabalhar nessa área, num futuro próximo, vai ser importante entrar em contato com o pessoal da WORLD e outras organizações semelhantes. Depois é descobrir quem eles conhecem em New Orleans...
*****
WORLD é Women Organized to Respond to Life-threatening Diseases, o que significa Mulheres Organizadas pra Responder a Doenças que Ameaçam a Vida.
A website deles: www.womenhiv.org
Hoje em dia a Alejandra trabalha no Project Inform que tem um serviço nacional de educação sobre HIV e AIDS. A website é: www.projectinform.org
Tuesday, January 25, 2011
New Orleans - Comida
Muffuletta: sanduíche maravilhoso criado em New Orleans. Não é recomendado pra vegetarianos pois inclui salame e mortadela, entre outras coisas...
Po' boy é um sanduíche no pão francês, sendo os mais tradicionais de ostras ou camarões empanados e fritos, como esse aí acima que eu tive prazer de comer!
Voilá les beignets! Esses são os que prefero, do Café Beignet. Esse com menos açúcar aí da esquerda foi comido por mim logo após ter sido fotografado.
Bread pudding também virou coisa típica de New Orleans. Esse estava fantástico porque não era doce demais!
Gumbo é um cozido do sul da Louisiana. Esse que pedimos é no estilo "cajun" e era de frango e linguiça. Escolhi o gumbo sem quiabo que eu acho meio nojento quando cozido. Aqui no sul dos Estados Unidos eles fritam quiabo empanado e fica uma delícia! Só assim eu como a gosma.
Po' boy é um sanduíche no pão francês, sendo os mais tradicionais de ostras ou camarões empanados e fritos, como esse aí acima que eu tive prazer de comer!
Voilá les beignets! Esses são os que prefero, do Café Beignet. Esse com menos açúcar aí da esquerda foi comido por mim logo após ter sido fotografado.
Bread pudding também virou coisa típica de New Orleans. Esse estava fantástico porque não era doce demais!
Gumbo é um cozido do sul da Louisiana. Esse que pedimos é no estilo "cajun" e era de frango e linguiça. Escolhi o gumbo sem quiabo que eu acho meio nojento quando cozido. Aqui no sul dos Estados Unidos eles fritam quiabo empanado e fica uma delícia! Só assim eu como a gosma.
Enfim, aí estão algumas das delícias que provamos em New Orleans.
Monday, January 24, 2011
New Orleans
Músicos na French Quarter - por que é que eu não filmei???
No final de semana passado fui a New Orleans encontrar meu querido argentino que se mudou pra lá. Passei quatro dias maravilhosos "morando" na French Quarter e ainda re-encontrei amigos de longas datas, que conheci em Fortaleza, naquela minha vida passada em que era professora de inglês da Cultura Inglesa.
Eu já tinha ido a New Orleans antes do furacão Katrina que destruiu muita coisa mas que deixou o French Quarter, parte mais antiga e turística, quase intacta. Quando fui em 2004 foi pra visitar esses mesmos amigos: a Nalu, o Rogério, a Mariana e o Gustavo. Fizemos o circuito turístico, com direito a ir ao Aquarium e zoológico e à noite na French Quarter, claro! Passamos o Thanksgiving Day numa casa linda, a beira do lago Pontchartrain, de uma amiga de meus amigos. Soube agora que essa casa não existe mais, foi completamente destruída pelo furacão Katrina.
Nem sei por onde começar a falar dessa cidade. Nouvelle Orléans foi fundada em 1718 pelos franceses, depois foi passada aos espanhóis em 1763, voltou pra França em 1800, e Napoleão, finalmente, vendeu todo o território chamado de Louisiana aos Estados Unidos em 1803. Desde então é uma cidade americana, mas não totalmente!!!
Entre furacões, enchentes (a cidade é cercada de água e protegida por diques) e incêndios ela já foi destruída e reconstruída algumas vezes. A maioria dos prédios na French Quarter (área francesa) são na realidade da época em que os espanhois eram os donos do pedaço. Depois de dois grandes incêndios, no final do século XVIII os espanhois tiveram que reconstruir tudo. O estilo arquitetônico é colonial espanhol.
O planejamento da parte antiga da cidade (tabuleiro de xadrez), isso sim, foi feito pelos franceses.
Foi nessa parte da cidade em que ficamos, no hotel Dauphine Orléans criado em 1969 numa construção do século XIX. O bar do hotel, May Baily's Place, era o salão de um bordel no século XIX, e está na lista dos prédios mal-assombrados de New Orleans! Só o bar, não o hotel. Acho tudo isso muito interessante, mas o melhor mesmo é a música e a comida! E por estar hospedados nessa parte da cidade dava pra ir a pé pra um monte de lugar legal. E foi o que fizemos!
Não lembro de ter comido nada ruim nessa viagem. Na maioria dos casos, o que comi estava uma delícia! Obviamente, comemos ostras, lula, caranguejo, peixe e camarão, muito camarão!! E posso dizer que não adorei o camarão só porque estava vindo do deserto e fazia anos que não comia! Na realidade eu tinha acabado de voltar de Fortaleza onde também comi camarão pra caramba!!!
Na categoria café, acho que o melhor café au lait que tomei foi no Antoine's Annex. Nenhum café me impressionou muito, mas ninguém vai a New Orleans pra beber café, né? Deve ser por isso. Também ainda temos que descobrir as padarias.
Mas o que não pode ser esquecido são os beignets, que são feitos de uma massa tipo de bolinhos de chuva (ou de buñuelos) cobertos com açúcar de confeiteiro. Beignet é francês (mas eu nunca comi na França) e virou coisa típica de New Orleans. Há até a rivalidade entre os dois cafés que servem os melhores beignets: o famosíssimo Café du Monde (que praticamente só serve beignets e café au lait) e o Café Beignet (que tem um cardápio bem mais variado). Nós fomos provar nos dois lugares e eu digo que o Café Beignet me ganhou logo de cara por ser um pouco menos exagerado na quantidade de açúcar. Mas mesmo sem levar isso em consideração eu achei o beignet deles mais gostoso e pronto! Os defensores do Café du Monde vão me mandar pra fogueira. Tudo bem, mas eu não vou mentir.
Vou pular pra música e dizer logo que não fomos no Preservation Hall. Fomos mas estava lotado, mandaram a gente dar meia volta. Na noite seguinte pensamos em ir cedo porque não se pode fazer reserva mas encontramos outra coisa melhor pra fazer. Ficou pra seguinte mas acabamos indo encontrar meus amigos, fomos pro Café du Monde e terminamos só indo beber um vinhozinho no nosso bar mal-assombrado mesmo.
Mas dizem que Preservation Hall é imperdível - o nome "preservation" (preservação) é porque foi criado (em 1961) pra preservar o jazz no estilo de New Orleans. Lá dentro só se consome música. Não tem comida, nem bebida, e, mesmo que você consiga entrar, não se garante que você fique num lugar de onde possa ver os músicos. Mesmo assim eu quero ir um dia.
Só que música tem em todo lugar em New Orleans, pra todos os gostos. Inclusive pra quem tem muito mau gosto! Em geral, devo dizer, gostei da música. Na noite em que saimos com a Nalu e o Rogério pela French Quarter, a Nalu nos levou em mil em um lugares, cada um famoso por alguma razão. Paramos pra ouvir jazz em um deles e depois tomamos umas cervejas em outro lugar onde uma banda tocava mais soul music. Adorei!
A qualquer hora do dia e da noite tem gente tocando nas ruas. Muito legal! Alguns são muito bons! A foto acima tirei no meu primeiro dia na French Quarter. Adorei o grupo e dei gorjeta. O guia do nosso passeio de charrete nos falou que é importante dar gorjeta pros bons músicos e não dar pros que são ruins. É assim que se garante a qualidade da música de rua.
Numa outra noite em que caminhávamos sem rumo, entramos num karaokê famoso (Cat's Meow) e tivemos o prazer de assistir a performance de uma brasileira (tinha que ser) cantando "Highway to Hell". Ela cantava bem mas eu acho que o público gostou mais do estilo de dançar de quem cresceu ao som de funk brasileiro e axé music. A cantora/dançarina brasileira combina perfeitamente bem com a New Orleans dos estudantes universitários americanos que vão pra lá só pra encher a cara e depois fazer outras coisas de que não vão lembrar no dia seguinte. E é provavelmente melhor que não lembrem.
Como eu já passei dessa fase, na minha New Orleans você vai pra sentar num lugar e ouvir jazz tocado por músicos excelentes. Por isso eu não daria gorjeta pra brasileira, pra preservar a qualidade da música.
Saturday, January 22, 2011
Meu mundo de pernas pro ar
Sabe o que é essa foto aí?
a) A imagem das novas janelas lindas e ecologicamente corretas que acabaram de ser instaladas no meu apartamento.
b) A imagem da reforma que está sendo feita no meu prédio desde o dia 10.
c) A imagem da causa da bagunça em que está o meu mundinho desde que mandaram tirar tudo de perto de todas as janelas e os trabalhadores mexicanos começaram a entrar e sair do meu apartamento todo dia.
d) Tudo isso acima e um pouco mais.
Sei que estou reclamando de barriga cheia porque o prédio em que meus pais moram em Fortaleza está passando por uma reforma que acaba de completar 1 ano e ainda não acabou!!! Claro que, no caso deles, estão refazendo a fachada completa de um prédio umas 100 vezes maior que esse, ampliaram varandas, mudaram o sistema de ar-condicionado, sei lá mais ou que! Mas talvez se os mexicanos ilegais que estão fazendo nossa reforma aqui fossem pra lá, a obra terminasse mais rápido. ;)
Antes que alguém pergunte, não, eu não sei se são mexicanos, nem ilegais, os pedreiros que estão trabalhando aqui. Só sei que falam espanhol entre si, o que não significa nada. Podem ser todos americanos e se forem daqui do Novo México, nada mais normal do que falarem espanhol. Escrevi isso só porque é uma realidade daqui. Mão-de-obra, em geral, é muito cara. Já conheci gente que ganhava muito bem trabalhando na construção civil. Mas se você é ilegal, não vão te pagar tão bem assim... E tem gente de outras nacionalidades também, obviamente, inclusive brasileiros. Mas até agora não ouvi ninguém falando português nem portunhol.
Voltando a minha reforma... É verdade que a reforma vai ser rápida, mas pra mim está enchendo o saco. Tirar tudo de perto das janelas significa ter tudo empilhado num canto da sala e num lado do quarto. Sem falar que eu tiver que arrastar os móveis (cheios) sozinha. Recebi a notificação do início da reforma num dia quando cheguei em casa por volta das 5 da tarde e tinha que estar tudo preparado no outro dia antes da 9 da manhã.
Depois dessa parte divertidíssima de desarrumar completamente meu microcosmo, por sorte, eu fui passar uns dias em New Orleans (post em breve). Foi aí que a maior parte da reforma se deu. Quando cheguei já tinha novas janelas e eles estavam dando os últimos retoques. Antes de sair pro trabalho ontem parecia que só faltava mesmo pintar, e isso é só por fora!
Então a besta aqui começou a limpar o apartamento de verdade, com a esperança de poder re-arrumar tudo no fim de semana. O banheiro, então, limpei inteirinho, coloquei tudo de volta, inclusive toalhas brancas limpinhas, cheirosas!!! Que maravilha!! (suspiros)
Mas que nada! Quando cheguei em casa ontem, tinham trocado a janela do banheiro de novo e deixado tudo sujo, uma bagunça! Deu vontade de sair gritando e voltar pro quarto de hotel maravilhoso em New Orleans... Não tive energia nem de limpar. Só varri e deixei o resto como estava até hoje de manhã. Por que trocaram a janela de novo? A outra parecia que não cabia, só que cabia, claro, porque foi instalada! Mas devia ser errada e agora essa última está perfeita. Me avisaram que iam fazer isso?? NO!!
Pois hoje, enquanto limpava o banheiro mais uma vez, vi a sombra de um homem do lado de fora. Estavam fazendo mais alguma coisa lá fora e continuo há horas ouvindo eles baterem, quebrarem, fazendo não sei o que. Ai, se eles entrarem aqui hoje de novo, eu vou ter um troço!!!!
Mas, enfim, resolvi adiar meu plano de limpar de verdade e por tudo de volta no lugar nesse fim de semana. Simplesmente não vou fazê-lo. Vou deixar a bagunça imperar por mais uns dias, caso eles voltem. E aqui estou eu, sentada na minha sala, rodeada de pilhas de DVDs e livros, ignorando a pilha de parafusos que deixaram no corredor, fazendo de conta que não me incomoda... Mas o fato é que me deixa louca!!!
O lado bom disso tudo: tenho janelas novas, mais bonitas, mais seguras, que não deixam entrar ar de forma alguma, ou seja, são ecologicamente corretas porque se usa menos ar-condicionado no verão e aquecimento no inverno. Esse prédio é antigo (alguém lembra da bancada da cozinha amarelo ovo dos anos 70??) e acho que as janelas eram as originais. Qualquer pessoa poderia abri-las, se estivesse minimamente disposto, mesmo com elas "trancadas". Juro! Agora, sim, estou segura. Ah, quer dizer, isso se ninguém perceber como é fácil abrir a porta do apartamento!
Saturday, January 8, 2011
2010: O ano em que eu não me mudei
Morei 31 anos da minha vida em Fortaleza e me mudei várias vezes, mas nada se compara aos 11 endereços que tive em 9 anos em Albuquerque. Me mudei pelo menos uma vez por ano e cada vez ia ficando um pouco mais complicado, pois a coleção de livros (y otras cositas más) vai ficando maior, e livro (e sapato e bolsa, ouvi falar) pesa demais!!!
Quando eu pensei em escrever sobre o ano que acabou lembrei que em 2010 eu viajei bastante, quase larguei meu emprego, fiz aulas de canto, entrei num grupo de escritores, comprei meu MacBook, arrumei meu apartamento, cozinhei um pouco mais, consegui me divorciar, me apaixonei... (suspiros)
Tudo isso aconteceu e eu mantive o mesmo endereço do dia 1º de janeiro até dia 31 de dezembro!!!! Razão pra comemoração mesmo! O pessoal da imigração deve estar até desconfiando de alguma coisa já que não receberam um formulário de mudança de endereço meu desde setembro de 2009.
Com todas as incertezas durante o ano, meu apartamento foi a única coisa que não mudou. E olha que quase todo mundo que me conhece achava que eu devia sair daqui por causa do meu ex. Eu que fui teimosa e fiquei e não me arrependo!
Sou grata por muita coisa boa que aconteceu no ano passado. Os lugares maravilhosos que visitei, as pessoas interessantes que conheci e revi, o tempo que pude passar com minha família, o trabalho que tive a chance de fazer, as comidas deliciosas que provei, as coisas que aprendi, o novo amor na minha vida, tudo isso, claro, fez de 2010 um ano muito especial, mas manter esse meu cantinho o ano inteiro está no topo da minha lista de gratidão.
******
E já que estou falando no assunto, aproveito pra informar a todos que já comecei 2011 com planos de me mudar daqui a uns 4 ou 5 meses. Dessa vez eu vou mudar de cidade e a operação de levar os livros (y otras cositas) pra lá vai ser um pouco mais complicada. Mas a mudança vai ser boa, tá na hora de ir pra outra parte do país, me afastar do passado, e apostar no futuro.
Já chequei umas companhias e vou deixar profissionais levarem minha mudança quando chegar a hora.
Enquanto isso, vou ficando mais tempo aqui no apartamento que eu adoro!! Se eu pudesse transferiria tudo do jeito que está aqui até a próxima cidade. Se bem que se eu encontrar um lugar com closets maiores não acharia ruim...
******
Um ano maravilhoso pra todos!!! Que as mudanças sejam todas pra melhor!!!
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